Este artigo pretende discutir acerca das práticas de torturas e mortificações consumadas nos espaços repressivos, destacadamente Operação Bandeirantes (OBAN), Dops – SP e Presídio Tiradentes, à época da Ditadura civil-militar, contra os corpos de mulheres que ousaram questionar, de alguma forma, o regime político vigente. Procuramos entender como e por que demarcadores sociais e biológicos da condição feminina, tal como a maternidade, foram utilizados enquanto instrumentos de controle e sujeição pelos espaços coercitivos e seus agentes. Para tanto, realizamos a análise arqueogenealógica dos testemunhos de quatro ex-militantes cujos relatos foram concedidos ao Grupo de Trabalho (GT) “Ditadura e Gênero”, da Comissão Nacional da Verdade no período de 17 de setembro de 2013 à 6 de março de 2014.
This text intends to discuss about torture and mortification practices consummated by the repressive spaces, highlighted the Operação Bandeirantes (OBAN), Dops – SP and the Tiradentes prison, at the time of the civil-military dictatorship, against the women bodies who dared question, some how, the in force pollitical regime. We seek to understand how and why social and biological features of female condition, such as the matenity, were used as a control and subjection tool by the coercitive spaces and their agents. For this purpose, we made an archeogenealogical analysis of the testimonies of four former militants whose reports were given to the Working Group (WG) “Ditadura e Gênero” of the National Truth Commission from September 17 of 2013 to March 6 of 2014.