Este artigo discute o ambiente educativo como “terceiro educador” no brincar da infância, apoiando-se nas contribuições da abordagem de Reggio Emilia, da pedagogia montessoriana e de outros referenciais contemporâneos que reconhecem o espaço como elemento ativo no processo de aprendizagem. Parte-se do pressuposto de que o ambiente, quando pensado de forma intencional, ultrapassa a função de suporte físico e assume papel formativo, influenciando dimensões cognitivas, afetivas, sociais e simbólicas do desenvolvimento infantil. Para aprofundar essa compreensão, a análise organiza-se em seis eixos interligados: a natureza e intencionalidade do espaço educativo; a configuração dos espaços físicos, como arquitetura, mobiliário e materiais; a dimensão sensorial, envolvendo cores, luzes, texturas e sons; o ambiente como promotor de relações sociais e afetivas; a dimensão estética e simbólica, em que a beleza atua como provocadora de experiências; e os desafios e perspectivas contemporâneas para o desenho de espaços que educam. A partir desse percurso reflexivo, defendem-se práticas pedagógicas que valorizem o ambiente como instância formadora, capaz de potencializar a autonomia, a criatividade e a riqueza das brincadeiras infantis, promovendo aprendizagens mais significativas e integrais.