Ao longo de sua história o cinema adotou diferentes formatos de tela, o chamado aspect ratio, cuja definição sempre esteve a cargo da indústria ou de alguns realizadores de vocação autoral. Utilizando um menor número de variações, a televisão sempre trabalhou com formatos rigorosamente definidos. Entretanto na atualidade o enquadramento da dimensão espacial em dispositivos móveis quando usados para filmagens tende a seguir outros modelos, com predominância da tela vertical, que corresponde à principal modalidade de uso do smartphone ou tablet na captura de imagens. A emergência de narrativas digitais, através de selfies e outras formas de intervenção individual, representa uma viragem ideológica em que “o autor” somos todos nós. Trata-se de uma mudança de paradigma que importa debater e analisar à luz das novas mídias e das narrativas que a suportam, já que os modos de representação da experiência visual não cabem mais nas janelas de confinamento que a indústria audiovisual originalmente destinou a eles.
Throughout its history, cinema has adopted different screen formats, the so-called aspect ratio, whose definition has always been in charge of the industry or of some authors with an authorial vocation. Using fewer variations, television has always worked with strictly defined formats. However, nowadays the framing of the spatial dimension in new media tends to follow other models, with a predominance of the vertical screen, that corresponds to the main mode of use of the smartphone or tablet in capturing images. The emergence of digital narratives, through selfies and other forms of individual intervention, represents an ideological shift in which “the author” is all of us. It is a paradigm shift that needs to be debated and analyzed in the light of the new media and the narratives it supports, since the modes of representation of the visual experience no longer fit into the confinement windows that the audiovisual industry originally intended for them.
A lo largo de su historia, el cine ha ido adoptando diferentes formatos de pantalla, el llamado aspect ratio, cuya definición siempre ha estado a cargo de la industria o de algunos autores con vocación autoral. Utilizando un número menor de variaciones, la televisión siempre ha funcionado con formatos estrictamente definidos. Sin embargo, hoy en día el encuadre de la dimensión espacial en dispositivos móviles suele seguir otros modelos, con predominio de la pantalla vertical, que corresponde al modo principal de uso del teléfono móvil o tableta en la captura de imágenes. El surgimiento de las narrativas digitales, a través de selfies y otras formas de intervención individual, representa un punto de inflexión ideológico en el que “el autor” somos todos. Se trata de un cambio de paradigma que necesita ser debatido y analizado a la luz de los nuevos medios y las narrativas que lo sustentan, ya que los modos de representación de la experiencia visual ya no encajan en las ventanas de confinamiento de la industria audiovisual.