As estátuas também se abatem: momentos da descolonização em Moçambique

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ISSN: 2358-2448
Editor Chefe: Alicia Norma González de Castells
Início Publicação: 01/08/2012
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Antropologia, Área de Estudo: Sociologia, Área de Estudo: Arquitetura e urbanismo, Área de Estudo: Museologia

As estátuas também se abatem: momentos da descolonização em Moçambique

Ano: 2021 | Volume: 10 | Número: 18
Autores: Maria Paula Meneses
Autor Correspondente: Maria Paula Meneses | [email protected]

Palavras-chave: Monumentos públicos; descolonização; Sul global

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A toponímia e os monumentos públicos constituíram a expressão simbólica da afirmação do poder colonial. A partir de finais do séc. XIX, as memórias e identidades coloniais foram inscritas em Lourenço Marques (atual Maputo) pela administração portuguesa. Com a transição para a independência, as referências coloniais e as estruturas de poder que procuravam afirmar foram desafiadas quando as estátuas foram removidas da cidade e a toponímia sofreu profundas alterações. Partindo do estudo das alterações feitas na atual Praça da Independência, incluindo a mudança de topônimos e a alteração de várias infraestruturas, este artigo procura analisar os projetos políticos que dinamizaram a descolonização da paisagem monumental da praça, sinal da mudança epistêmica que se anunciava.



Resumo Inglês:

Toponymy and public monuments constituted the symbolic expression of colonial power. From mid XIX century, colonial memories and identities were inscribed in colonial Lourenço Marques (now Maputo) by the Portuguese administration. With the transition to independence, colonial references and the power structures they sought to assert were challenged by new political visions, with the statues being removed from the city and the toponymy undergoing profound changes. Based on the study of the modifications in current Praça da Independência [Independence square], including the analysis of the alteration of various infrastructures, this article seeks to interpret the political projects that spurred the decolonization of the square’s monumental landscape, a sign of the announced epistemic change.