As escolhas de elementos do campo ético e estético aproximam o Modernismo
brasileiro e o Cinema Novo, movimentos artÃsticos que agenciaram um reconhecimento dos
valores da cultura popular, reelaborando as práticas estéticas e manifestações das culturas que
estão no cerne de nossa formação, além de subsidiar as bases estruturais da nova obra de arte
produzida, buscando constantemente dentro das produções artÃsticas destes perÃodos uma
intertextualidade que pretendesse dialogar com o passado e o presente do paÃs em cada um
desses momentos históricos e artÃsticos. Nesse sentido, este trabalho analisa a posição crÃtica e
intelectual de três importantes pensadores destes momentos estéticos brasileiros: inicialmente
Oswald de Andrade e Glauber Rocha, intelectuais revolucionários, vanguardistas que
propuseram em suas obras a descolonização da arte brasileira, o primeiro através da metáfora
ritualÃstica da antropofagia transformada numa elaboração teórica da cultura nacional que
aliava barbárie e técnica e o segundo por meio da violência provocada pela fome teorizada na
“Estética da Fomeâ€, discutindo, por fim, como essas duas propostas que nortearam o
Modernismo e o Cinema Novo no Brasil encontram-se presentes na produção fÃlmica e
intelectual do cineasta baiano Olney São Paulo.