A estética do bisonho: reflexões sobre a vocalidade no teatro de Philippe Quesne

Urdimento

Endereço:
Avenida Madre Benvenuta - 1907 - Santa Mônica
Florianópolis / SC
88035-901
Site: http://www.revistas.udesc.br/index.php/urdimento/index
Telefone: (48) 3664-8353
ISSN: 1414.5731
Editor Chefe: Vera Regina Martins Collaço
Início Publicação: 01/08/1997
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Artes

A estética do bisonho: reflexões sobre a vocalidade no teatro de Philippe Quesne

Ano: 2016 | Volume: 2 | Número: 27
Autores: Rafaella Uhiara, Ana Wegner
Autor Correspondente: Rafaella Uhiara | [email protected]

Palavras-chave: Vocalidade, teatro contemporâneo, Philippe Quesne, ineloquência, bisonho

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este estudo aborda o trabalho da companhia Vivarium Studio, dirigida por Philippe Quesne sob o prisma de sua estética vocal. Explorando qualidades vocais em territórios delicados como a ineloquência, o destreino, a desarticulação, a timidez, a insegurança e a inaudibilidade, o Vivarium Studio faz um elogio à “falta de jeito”, que aqui chamamos de “bisonho”. O interesse de tal característica é o fato de ela parecer não se enquadrar nem na “vocalidade” contemporânea, que enfatiza a materialidade sonora da voz, muitas vezes em detrimento do sentido, nem nas técnicas de voz que prezam a clareza da elocução. O artigo busca, deste modo, refletir sobre tipo de vocalidade pouco contemplado pelos métodos de interpretação e teorias teatrais, procurando expandir a noção de vocalidade.



Resumo Inglês:

This article examines the work of the Vivarium Studio Company, directed by Philippe Quesne, through the prism of vocal aesthetics. It focuses on vocal qualities typically considered as failed, and thus unwanted, including: non-eloquence, shyness, insecurity, inexperience and inaudibility. The Vivarium Studio is explored for how it enriches our reflection of bisonho, a Brazilian word signifying clumsiness. This concept takes into account uses of the stage that are not normally addressed by contemporary Voice Studies, ones that emphasize the sonic materiality of voice while sometimes disdaining meaning and interpretative methods that value clarity of enonciation. This article thus reflects on the particular kind of vocality that is ignored by dominant interpretation methods and theatrical theories, seeking to expand the notion of vocality.