Nos anos 1980, a moda destacou o luxo e o glamour com suas super modelos. Enfastiada,
a década seguinte optou pela imagem oposta, sustentada pelo princÃpio da transgressão e fez
valer a aptidão da moda por paradoxos. Longe de obscurantismos, a busca era,
preferencialmente, pela imagem que captava a atenção por ser a mais chocante. Nesta nova
fantasia estética 1
, o perfeito foi substituÃdo pelo imperfeito. Espécie de negação de todo o século
XX, a última década do século passado flertou com as subculturas e privilegiou o que até então a
sociedade havia “escondido debaixo do tapeteâ€. Os anos 1990 podem ser considerados um divisor
de águas na estética da imagem de moda e vêm servindo de guia de estilo até os dias atuais para
os profissionais que pretendem fugir do “tradicionalâ€, explorando estéticas que contrapõem
cenários nada glamourosos a roupas luxuosas e/ou concentuais, make up e hair artÃsticos.
Emergiram temas como as drogas, a morte, os fantasmas, os suicidas, os excluÃdos…
personificados em modelos cujos corpos exibiam aspecto subnutrido e doentio ao mesmo tempo
em que a medicina estética e a mÃdia celebravam o culto à juventude eterna fomentado por
promessas milagrosas vindas de novas descobertas.(...)