O artigo investiga o curso de uma crise institucional de valores a partir de três principais leituras que nascem na Filosofia do Direito, a fim de reconstruir o atual cenário do Estado de Direito e descortinar todas as contradições mal resolvidas que culminam no esfacelamento dos valores éticos de uma sociedade clamando por salvação. A trajetória, ensaística e provocativa, parte de uma diagnóstica crua da atualidade –espetáculo-, depois redobra-se aos problemas recônditos da modernidade –angústia-para,por fim, vislumbrar alguma esperança política -ideia. Com isso, primeiramente, traça-se um diagnóstico do paradigma do “espetáculo” enquanto fenômeno psíquico, social, histórico e político. Pensa-se o esvaziamento imaginativo e suas consequências para o Estado. Adiante, questiona-se as condições do sujeito moderno, isto é, a gênese do mal-estar frente aos híbridos culturais, pensados sobre um caminho digressivo e inconclusivo de conciliação: a jusfilosofia. Por fim, o artigo se encaminha para uma leitura hegeliana do político enquanto um espaço de contradição e de dialética, que provoca a imaginação como esperança política.
The article investigates the course of an institutional crisis of values from three main readings that are born in the Philosophy of Law, in order to reconstruct the current scenario of the rule of law and to uncover all the unsolved contradictions that culminate in the shattering of the ethical values of a society crying out for salvation. The trajectory, essayistic and provocative, starts from a raw diagnosis of actuality -a spectacle-and then comes back to thehidden problems of modernity –anguish-to finally glimpse some political hope –idea.With this, first of all, a diagnosis is made of the paradigm of the "spectacle" as a psychic, social, historical and political phenomenon. One thinks of the imaginative emptying and its consequences for the State. The conditions of the modern subject are then questioned, that is, the genesis of unease in the face of cultural hybrids, thought up on a digressive and inconclusive path of conciliation: philosophy of Law. Finally, the article moves towards a Hegelian reading of politics as a space of contradiction and dialectics, which provokes the imagination as political hope.