Estado de exceção, desobediência civil e desinstituição: por uma leitura democrático-radical do poder constituinte

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ISSN: 2179-8966
Editor Chefe: José Ricardo Ferreira Cunha
Início Publicação: 30/11/2010
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Direito

Estado de exceção, desobediência civil e desinstituição: por uma leitura democrático-radical do poder constituinte

Ano: 2016 | Volume: 7 | Número: 4
Autores: Andityas Soares de Moura Costa Matos
Autor Correspondente: A.M. | [email protected]

Palavras-chave: desobediência civil; Estado de exceção econômico; poder constituinte; poder desinstituinte; democracia radical.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Neste artigo pretende-se apresentar uma nova leitura da desobediência civil,
com o objetivo de assim revelar suas potencialidades para a construção de
uma democracia radical. Para tanto, na seção 1 são revisitadas as duas
principais tradições – liberalismo político e constitucionalismo – que se
dedicaram a pensar a desobediência civil no último século, indicando seus
avanços e limitações. Na seção 2 fundamenta-se a hipótese segundo a qual
vivemos hoje sob um estado de exceção econômico permanente, razão pela
qual os entendimentos convencionais acerca da desobediência civil – que a
veem ora como mero mecanismo de pressão política, ora como dispositivo de
autocorreção do sistema político-jurídico – se mostram insuficientes diante do
quadro paradigmático da pós-democracia. Por fim, após discutir as diferenças
entre poder constituinte e poder desinstituinte, afirmando que a
desobediência civil se exerce em uma relação na qual ambos estão ativados
(seção 3), o trabalho conclui com a indicação das características e formas de
ação da desobediência civil entendida enquanto manifestação do poder
constituinte/desinstituinte.



Resumo Inglês:

In this paper, we intend to present a new reading of the civil disobedience to
reveal its potentialities in building a radical democracy. For this purpose, in
section 1 the two main traditions dedicated to think civil disobedience in the
last century – political liberalism and constitutionalism – are revisited,
indicating their advances and limitations. In section 2, the hypothesis that,
nowadays, we live in a permanent economic state of exception is grounded,
which is why the conventional understandings regarding civil disobedience –
which see it either as a mere political pressure mechanism or as a selfcorrecting
device of the political and legal system – are insufficient before the
paradigmatic framework of post-democracy. At last, after discussing the
differences between constituent power and dis-instituting power, stating that
civil disobedience is exercised in a relationship in which both are activated the article concludes with an indication of the features and forms
of civil disobedience’s action, which is understood as a manifestation of the
constituent/dis-instituting power