No âmbito da competição entre EUA e URSS inerente à Guerra Fria, Henry Kissinger logrou negociações com os soviéticos a partir da estratégia da ‘diplomacia triangular’: engajou os EUA em uma aproximação com os chineses para exercer pressão a concessões por parte da URSS, levando ao período de détente. Frente ao contexto atual de intensificação na competição entre China e EUA e de uma aproximação sino-russa sem precedentes, o debate sobre o emprego dessa estratégia como dinâmica de relações entre grandes potências ressurgiu. Fazendo uma análise comparada qualitativa entre ambos os contextos, o artigo argumenta que o triângulo estratégico formado atualmente por China, EUA e Rússia diverge do contexto dos anos 1970: se os EUA conseguiram ser o pivô em uma relação de triângulo amoroso, segundo a classificação de Dittmer (1981), a configuração atual indica a estabilidade de um casamento estável entre China e Rússia, contrabalanceando a ameaça representada pelos EUA.
As part of the US-USSR Cold War competition, Henry Kissinger negotiated with the Soviets on the basis of the; “triangular diplomacy”; strategy: he engaged the US in arapprochement with the Chinese to exert pressure on concessions from the USSR, culminating in the period of détente. Given the current context of intensifying competition between China and the US and an unprecedented Sino-Russian cooperation, the debate over the use of this strategy as a dynamic of relations between major powers has resurfaced. Taking a qualitative comparative analysis between the two contexts, the article argues that the strategic triangle currently formed by China, the US, and Russia differs from the context of the 1970s: whether the US managed to be the pivot in a love triangle relationship, according to the classification of Dittmer (1981), the current configuration indicates the stability of a stable marriage between China and Russia, counterbalancing the threat posed by the US.