Estatismo, colonialismo e imperialismo: rumo a uma teoria autonômica do mundo multipolar e da reprodução territorializada-etnicizada-generificada de poderes

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ISSN: 2526-7752
Editor Chefe: Maria José Carneiro
Início Publicação: 29/10/1993
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Sociologia, Área de Estudo: Multidisciplinar

Estatismo, colonialismo e imperialismo: rumo a uma teoria autonômica do mundo multipolar e da reprodução territorializada-etnicizada-generificada de poderes

Ano: 2024 | Volume: 32 | Número: 1
Autores: Andrey Cordeiro Ferreira
Autor Correspondente: Andrey Cordeiro Ferreira | [email protected]

Palavras-chave: Análise dos Sistemas mundiais, autonomias, terra e território, Mundo Multipolar, sociedades sem e contra Estado

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O objetivo do presente artigo foi tentar realizar um balanço crítico dos conceitos de imperialismo e colonialismo (e seus conceitos correlatos, como colonialismo interno, situação colonial, neocolonialismo, colonialidade e pós-colonial), e propor alguns apontamentos teóricos para análise das relações e dinâmicas de poder contemporâneas, que unifiquem, na medida do possível, contribuições da sociologia, antropologia e economia política. Apesar de um amplo uso das noções de colonialismo e imperialismo, no léxico político e nas ciências sociais, seu uso permanece controverso. Certamente, ainda existem diversos autores que fazem uso do conceito de imperialismo, bem como aqueles que refutam a sua validade. Entendemos que tais definições são necessárias, pois os conceitos de imperialismo e colonialismo (incluindo colonialismo, colonialismo interno, neocolonialismo, situação colonial) são indispensáveis para pensar a realidade complexa do sistema mundial no século XXI. Mas sua validade exige a crítica dos aspectos economicistas e eurocêntricos que orientaram parte significativa das formulações sobre o tema (inclusive de muitas críticas). O colonialismo e o imperialismo, sob variadas e complexas formas, continuam a condicionar a história mundial e, por isso, é preciso que sejamos capazes de perceber sua existência e analisar sua dinâmica. Aqui tivemos a pretensão de lançar as bases para uma nova forma de teoria do imperialismo e colonialismo, como relação global de heteronomia e da acumulação etnicizada/racializada-generificada e territorializada, que possa romper com os limites dos paradigmas etnocêntricos e desenvolvimentistas-modernizadores de conhecimento histórico.



Resumo Inglês:

This article attempts to conduct a critical theoretical review of the concepts of imperialism and colonialism (as well as related concepts such as internal colonialism, colonial situation, neocolonialism, coloniality, and post-colonialism) and proposes some insights for social science analysis. Although the concepts of colonialism and imperialism are widely cited in the political lexicon and social sciences, their use remains controversial; some authors still utilize the concept of imperialism while others refute its validity. We understand that these definitions are necessary, since the concepts of imperialism and colonialism are indispensable for thinking about the complex reality of the global system in the twenty-first century. Their validity, however, requires a critique of the economistic and Eurocentric aspects that guided many formulations on this topic. Varied and complex forms of colonialism and imperialism continue to shape world history, and we consequently need to be able to perceive their existence and analyze their dynamics. Here we lay the groundwork for a new theory of imperialism and colonialism as a global relationship of heteronomy and accumulation founded on structural discrimination based on ethnicity, gender, and territory that is capable of going beyond the limits of ethnocentric and developmentalist/modernist paradigms of historical knowledge.