A exploração do estatuto paradoxal da pele - interface dentro/fora - permite ultrapassar a dicotomia metafÃsica superfÃcie/profundidade, problematizando a tendência atual, também expressa na teoria, a um elogio das superfÃcies e a um horror por oposições dicotômicas. Possibilta avaliar as implicações do fechamento da porosidade da pele em formas de sociabilidade estimuladas na cultura da imagem, da exibição, do espetáculo, bem expressas pelo material inorgânico teflon. Sendo Poros, na visão grega, pai de Eros, a investigação acerca do estatuto paradoxal da pele convida a uma retomada do tema do erotismo. Partindo de perspectivas oferecidas por Agamben acerca da pornografia, ligada ao valor de exibição nas sociedades de espetáculo e de consumo, e relacionando-as a diversas reflexões de José Gil acerca do corpo e da pele, discute-se e convoca-se a abertura da porosidade da pele.