ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO RURAL PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL: O CASO DO CONSELHO MUNICIPAL DE TURISMO NA CIDADE CONDE, BAHIA

Ano: 2010 | Volume: 4 | Número: 1

Autores: Margarita de Cássia Viana Rodrigues

Palavras-chave: comunicação rural, pescadores, turismo

Resumo Português:

A cidade do Conde está localizada no Norte do Litoral do Estado da Bahia, á margem da rodovia Linha Verde, e inserida na região da Costa dos Coqueiros. Sua economia gira em torno da agricultura, mas outras atividades não-agrícolas já fazem parte da economia do Município, como é o caso do turismo. Assim, o objetivo desta dissertação foi analisar as estratégias de Comunicação Rural desenvolvido pela Administração Municipal do Conde na formação do Conselho Municipal de Turismo, que é composto por diferentes segmentos da sociedade civil organizada. A análise centra-se na representação dos pescadores neste Conselho através da Colônia de Pescadores. Foi definido como espaço da pesquisa o cotidiano dos pescadores por entender que é no cotidiano que essa categoria social produz, reproduz e dá sentido a sua vida. As técnicas de pesquisa foram a observação participante e a entrevista semi-estruturada. As conclusões indicam que não existe, de fato, um Conselho Municipal de Turismo. Ele existe apenas burocraticamente porque a maioria dos membros não conhecia os objetivos do Conselho, até a coleta de dados da pesquisa. A Administração Municipal do Conde fez apenas cumprir uma determinação da Política Nacional de Turismo e selecionou segmentos da sociedade civil por critérios políticos. Dessa forma, o modelo de comunicação utilizado para compor o Conselho foi o pseudo-participativo. Da mesma forma a Colônia de Pescadores procedeu na escolha do seu representante. Os pescadores e a Diretoria da Colônia desconheciam o Conselho Municipal de Turismo. A atividade pesqueira no Conde encontra-se em crise devido à ação predatória dos “pescadores do momento”, e pela pesca clandestina realizada pelos barcos pesqueiros de Valença/BA e Serinhaém/PE. O turismo surge como uma atividade “redentora” para a população pesqueira, que já a incorporou na sua vida cotidiana.