O artigo analisa práticas pedagógicas realizadas na universidade, em aulas de atuação cênica, em ambiente remoto, no período pandêmico. Os estudantes foram convidados a refletir sobre os regimes atencionais mais operantes na sociedade contemporânea, e a investigar, em suas casas e espaços cotidianos, um regime de percepção outro, estruturado em torno do silêncio, da paragem, do alargamento do tempo e da saída de si mesmo na direção dos outros. As experiências criativas individuais gestadas nesse novo ambiente atencional foram analisadas coletivamente, transformando a sala de aula em um laboratório onde a arte se apresentava como um lugar propício à imaginação de mundos outros, menos violentos, individualistas e antropocentrados.