Um rápido levantamento bibliográfico sobre questões sintáticas evidencia que a grande maioria dos trabalhos publicados toma como objeto de análise a lÃngua escrita, sendo poucos os estudos que põem em exame fenômenos sintáticos tendo como base um corpus de lÃngua falada, e menos ainda do português falado. Visando contribuir para a diminuição dessa lacuna, este trabalho pretende apresentar uma sÃntese dos resultados de pesquisa sobre o funcionamento textual e discursivo das construções adverbiais no português brasileiro falado, mais especificamente na conversação face a face. A fim de atingir os objetivos a que se propõe, este estudo fundamenta-se em alguns pressupostos funcionalistas, tomando como princÃpio geral o de que a gramática é “sensÃvel à s pressões do uso†(NEVES, 1997), o que significa dizer que o falante organiza gramaticalmente suas expressões linguÃsticas com base não apenas no conhecimento que tem acerca do sistema de sua lÃngua, mas, principalmente, nos propósitos comunicativos que almeja alcançar na interação verbal. A análise aqui empreendida corrobora a hipótese de que a opção pelo emprego de uma construção adverbial, pelo falante, visa atender a seus propósitos comunicativos, propósitos esses que só emergem no curso da conversação.