O artigo objetiva refletir a construção da identidade da boca, que perpassa a ética, a
poética, a estética e a polÃtica diante de alguns ditames bioéticos. Foi realizada uma consulta
bibliográfica a partir do banco de dados do Scielo e Lilacs, de artigos publicados em revistas
cientÃficas nacionais e internacionais, bem como dos livros-texto mais importantes editados nos
últimos anos. Descreve a boca como um território marcado pela história de cada pessoa humana,
sendo posto de fronteira do contato com o outro. Discute-a como integrante do corpo no qual
desempenha funções fisiológicas importantes que não se reduzem apenas à mastigação,
respiração e fala, mas também à expressão de sentimentos. Por fim, considera que, para o devido
estudo da Odontologia enquanto ciência da vida, ela deve ultrapassar a dimensão biológica
centrada nos aspectos anatômicos e fisiológicos do complexo craniofacial, para uma compreensão
da pessoa em sua totalidade, numa práxis que valoriza tanto o espaço acadêmico na formação
integral do profissional como a sociedade na defesa da vida.