Estudos Decoloniais, Métodos Não Extrativistas e Pesquisa-Ação Participativa em Contabilidade

RAC - Revista de Administração Contemporânea

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ISSN: 19827849
Editor Chefe: Marcelo de Souza Bispo
Início Publicação: 31/12/1996
Periodicidade: Bimestral
Área de Estudo: Administração

Estudos Decoloniais, Métodos Não Extrativistas e Pesquisa-Ação Participativa em Contabilidade

Ano: 2022 | Volume: 26 | Número: 4
Autores: C. M. da Silva, F. F. Sauerbronn, M. Thiollent
Autor Correspondente: C. M. da Silva | [email protected]

Palavras-chave: contabilidade, decolonialidade, método não extrativista, pesquisa-ação participativa

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Objetivo: o artigo discute como a contabilidade apoia o capitalismo financeiro no Sul Global por meio de linguagens e práticas neocolonialistas, com o objetivo de propor uma agenda decolonial baseada em metodologias não extrativistas para recuperar conhecimentos alternativos e (re)construir novos. Método: revisitamos a literatura contábil crítica, conectando-a à epistemologia decolonial. Portanto, descrevemos os pressupostos por trás de diferentes métodos não extrativos, e contrastamos a pesquisa-ação participativa (PAR) com diferentes abordagens de produção e consumo de conhecimento. Também foram delineadas algumas estratégias operacionais da PAR, discutindo pesquisa-ação em estudos de gestão e contabilidade e o potencial para uma agenda participativa em contabilidade. Resultados: os resultados evidenciam métodos não extrativistas para respeitar e valorizar diferentes visões de mundo em um determinado fenômeno social. Assim, são apontadas alternativas de pesquisa não tradicionais e emancipatórias para produzir um novo “sentipensante” na contabilidade para descolonizar saberes, corpos e mentes.
Conclusões: este artigo apresenta a PAR como permitindo a (re)existência de diferentes visões de mundo ao reconhecer sua capacidade de recuperar e reconstruir o conhecimento “com” os participantes. Assim, o método apoia o engajamento programático com vozes subalternizadas para coproduzir a pluriversalidade na contabilidade em vez de reproduzir universalismos e para apoiar acadêmicos e profissionais para transcender a modernidade ocidental.



Resumo Inglês:

Objective: this paper discusses how accounting supports financial capitalism in the Global South through neocolonialist languages and practices, aiming to put forth a decolonial agenda based on non-extractive methodologies to recover alternative knowledge and (re)build new ones. Method: we revisited critical accounting literature, connecting it to decolonial epistemology. We described the assumptions behind different non-extractive methods and contrasted participatory action research (PAR) with different approaches to knowledge production and consumption. We also outlined some PAR operational strategies, discussed action research in management and accounting studies, and examined the potential for a participatory accounting agenda. Results: non-extractive methods can respect and value different worldviews in each social phenomenon. This points to non-traditional and emancipatory research alternatives to produce a new sentipensante in accounting to decolonize knowledge, bodies, and minds. Conclusions: this paper presents PAR as allowing (re)existence of different worldviews by recognizing its ability to recover and rebuild knowledge ‘with’ participants. PAR supports programmatic engagement with subalternized voices to coproduce pluriversality in accounting — instead of reproducing universalisms — and bolsters academics and practitioners to transcend Western modernity.