Os pankararé ocupam uma área do nordeste do estado da Bahia situada dentro do Raso da Catarina, no municÃpio de Glória, BA. Com o objetivo de compreender a forma como esses indÃgenas usam a jurema-preta (Mimosa tenuiflora (Wild) Poir) em seus rituais sagrados, particularmente, a ciência do Ãndio e a festa do amaro, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com homens e mulheres adultos da comunidade acompanhados pelo responsável da aldeia, o cacique Afonso. Para este povo o vinho da jurema produzido com a raiz é consumido com o objetivo de obter a cura do corpo e da alma através do contato com os encantados. Estabelece-se como um dom, um encantado (praias), com uma força sagrada da natureza, dotada de saberes mágicos ou cósmicos, fortemente cultuada nas tradições pankararé, uma vez que na sua cosmovisão e ritualidade a ingestão do vinho traz revelações, força espiritual e os conservam em suas tradições enquanto povo indÃgena ecologicamente associado à vegetação de Caatinga, o que permite fortes relações com a conservação da sua biodiversidade.
The pankararé occupies na área of the northeastern state of Bahia located within the Raso da Catarina, in the municipality of Gloria, BA. This study aimed to understand how the indigenous pankarare from Raso da Catarina use juremapreta (Mimosa tenuiflora (wild.) Poir.) In their sacred rites, particularly the “ciência do Ãndio†and the “festa do amaro†Semi-structured interviews were conducted with adults of this community and with the cacique responsible for the village, beyond in locus observations. To these people, the wine from jurema roots is consumed, with the objective of obtaining healing of body and soul through contact with the enchanted. Jurema preta is set as a gift, an enchanted (“praiásâ€), as a sacred force of the nature, endowed with magical or cosmic status, strongly revered in pankarare traditions, since in their worldview and spirituality the ingestion of wine brings revelations, spiritual strength and maintain in the tradition as an indigenous people ecologically associated to the “caatinga†vegetation, which allows strong relationships with its biodiversity conservation.