Evidências sorológicas de infecção por vírus do Nilo Ocidental em aves selvagens na área do primeiro caso humano confirmado de febre do Nilo Ocidental no Brasil

Revista Pan-Amazônica de Saúde (RPAS)

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ISSN: 2176-6223
Editor Chefe: Isabella M. A. Mateus
Início Publicação: 02/01/2010
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Ciências Biológicas, Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Multidisciplinar

Evidências sorológicas de infecção por vírus do Nilo Ocidental em aves selvagens na área do primeiro caso humano confirmado de febre do Nilo Ocidental no Brasil

Ano: 2024 | Volume: 15 | Número: 1
Autores: Pedro Cerqueira Lima, Ricardo Lustosa, Alessandro Pecego Martins Romano, Pollyanna Cardoso Araújo, Pedro Henrique de Oliveira Passos, Daniel Garkaukas Ramos, Vivyanne Santiago Magalhães, Karina Ribeiro Leite Jardim Cavalcante, Marco Antônio Barreto de Almeida, Livia Caricio Martins, Eliana Vieira Pinto da Silva, Marcelo Vieira Adriano, Francisco de Assis Borges Moraes, Caio Graco Zeppelini, Antônio Emanuel Barreto Alves de Sousa, Manuella Andrade de Souza, Carlos Roberto Franke
Autor Correspondente: Carlos Roberto Franke | [email protected]

Palavras-chave: orthoflavivirus, arbovirus, avifauna, caatinga

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

OBJETIVO: Investigar o papel de aves selvagens residentes e migratórias na epidemiologia do vírus do Nilo Ocidental (West Nile virus - WNV) na região do Brasil onde foi registrado o primeiro caso humano de febre do Nilo Ocidental. MATERIAIS E MÉTODOS: O estudo foi realizado em dois períodos (2014 e 2015). Foram capturadas 688 aves, representando 38 espécies, usando redes de neblina. Amostras de soro de 103 aves de 27 espécies foram analisadas por testes de inibição da hemaglutinação (HI). RESULTADOS: Ao todo, 23 espécimes apresentaram reações monotípicas ou heterotípicas para 12 das 20 espécies virais testadas. Os testes HI mostraram reações monotípicas para WNV em cinco amostras de Paroaria dominicana, Mimus saturninus (n = 3) e Myiarchus tyrannulus, e reações cruzadas heterotípicas em oito amostras de Columbina minuta, Columbina squammata, Columbina talpacoti, Leptotila verreauxi, Piaya cayana, Pitangus sulphuratus, Turdus rufiventris e Paroaria dominicana. Seis amostras com reações heterotípicas foram analisadas adicionalmente com testes de neutralização por redução de placas (PRNT), resultando em três positivas para WNV em aves não migratórias: Columbina talpacoti, Piaya cayana e Turdus rufiventris. CONCLUSÃO: Este estudo fornece evidências de WNV em Passeriformes selvagens no Brasil. Os resultados sugerem que a disseminação de WNV pode começar com aves migratórias que compartilham áreas de descanso e alimentação com aves residentes ou migratórias de menor distância, sustentando populações de mosquitos vetores e mantendo um risco zoonótico para os humanos.



Resumo Inglês:

OBJECTIVE: To investigate the potential role of resident and migratory wild birds in West Nile virus (WNV) epidemiology in the region of Brazil where the first human case of West Nile fever was recorded. MATERIALS AND METHODS: The study was performed across two time spans (2014 and 2015). A total of 688 birds, representing 38 species, were captured using mist nets. Serum samples of 103 birds of 27 captured species were analyzed using hemagglutination inhibition (HI) tests. RESULTS: Twenty-three specimens exhibited monotypic or heterotypic reactions to 12 of the 20 virus species screened. HI tests revealed monotypic reactions for WNV in five samples from Paroaria dominicana, Mimus saturninus (n = 3), and Myiarchus tyrannulus, and heterotypic cross-reaction in eight samples from Columbina minuta, Columbina squammata, Columbina talpacoti, Leptotila verreauxi, Piaya cayana, Pitangus sulphuratus, Turdus rufiventris, and Paroaria dominicana. Six samples with heterotypic reactions were further analyzed using plaque reduction neutralization tests (PRNT), resulting in three positives for WNV in non-migrant birds: Columbina talpacoti, Piaya cayana, and Turdus rufiventris. CONCLUSION: This study provides evidence of WNV in free-living Passeriformes in Brazil. The findings suggest that WNV dissemination may begin with migratory birds that share resting and foraging areas with resident or shorter-range migratory birds, thereby sustaining vector mosquito populations and maintaining a zoonotic risk to humans.