A evolução da forma de nos vestir apresenta uma forte analogia àquela dos
organismos, conforme explicado pelas modernas teorias da evolução. Com este artigo,
eu me proponho a ilustrar algumas das caracterÃsticas que eles apresentam em comum,
como também mostrar que o princÃpio expresso no provérbio "Natura non facit saltum"
(a natureza não dá saltos, em latim) é verdadeiro tanto a um como a outro. A lei do
progresso aplica-se à evolução do vestir, integrando-as em uma relação de
continuidade quase que completa. Em ambos os casos, uma forma dá origem a outra
subsequente, melhor adaptada ao ambiente que a rodeia. Assim, quando cavalgar
deixou de ser, por algum tempo, a maneira habitual de se viajar e não era mais preciso
que os homens de negócios estivessem sempre vestidos e prontos para tal, calças até
os joelhos e botas deram lugar às calças compridas. É evidente que o costume de se
usar um pesado sobretudo de inverno, hoje tão em voga, se tornou comum com as
viagens de trem e dificilmente poderia ter se difundido no século passado, quando os
homens locomoviam-se de carruagem e onde não havia espaço de sobra para uma
peça de vestuário tão volumosa. (...)