A procura de educação cresceu significativamente em Portugal desde a Revolução Democrática de 1974. Essa procura tem vindo a diminuir desde o início do séc. XXI em consequência da diminuição da taxa de natalidade e particularmente no ensino superior, da profunda crise económica que o país vive desde 2008, que lançou milhares de famílias no desemprego e de empresas na falência, dificultando o acesso e a frequência dos jovens dos estratos sociais mais desfavorecidos. No que respeita aos docentes, inicialmente o seu número aumentou respondendo à procura de educação; num segundo momento, na sequência de medidas de austeridade tomadas pelo governo para resolver a crise económica do país, ocorreu a diminuição do seu número ao mesmo tempo que o governo congelou os salários. Neste artigo analisa-se alguns indicadores macroeconómicos e educativos partindo das estatísticas oficiais e conclui-se que as medidas tomadas pelo governo se saldaram na intensificação e proletarização do trabalho docente.
The demand for education has grown significantly in Portugal since the 1974 Democratic Revolution. This demand declined since the beginning of the 21st century because of the decrease in the birth rate and, particularly in higher education as a result of the deep economic crisis that the country has been experiencing since 2008, which launched thousands of families in unemployment and companies in bankruptcy, making access and attendance difficult for young people from most disadvantaged social strata. Concerning teachers their numbers increased at first, responding to the demand for education; In a second moment, following austerity measures taken by the government to solve the economic crisis of the country, their number declined while government imposed a freeze on wages. In the article, we analyze those situations based on the official data and it is concluded that the governmental measures have resulted in the intensification and proletarianization of the teaching work.