O presente artigo se propõe a problematizar as condições da escola virtualizada vigente no campo educacional em tempos de pandemia pela COVID-19. Assim, questiona-se quais os possíveis impactos que o ensino remoto traz para a práxis cotidiana, bem como para a mobilização subjetiva dos professores. Construiu-se, para tanto, um relato de experiência, a partir de intervenções realizadas pelos autores, no período de abril/junho de 2020, com educadores e gestores de escolas públicas localizadas na cidade de Sobral, no interior do Estado do Ceará. Metodologicamente, optou-se pela escrita de um diário de campo coletivo que foi analisado por meio de elaborações teóricas tanto da psicologia escolar como da interface psicanálise e educação. Como resultados das vivências de campo, elencou-se três eixos temáticos que formam o escopo central deste artigo, a saber: os impasses relacionados à transposição da escola para os moldes virtuais, o imperativo neoliberal de uma escola que não pode parar e o sofrimento psíquico que advém de práticas irrefletidas e da sobrecarga de trabalho vivenciada pelos professores. Por fim, apoiados na intervenção de uma escuta psicanalítica orientada, apostamos nas potencialidades da promoção de espaços nos quais o discurso institucional possa circular livremente entre os educadores, desta forma, possibilitando-os à reflexão sobre suas práticas, bem como sobre os endereçamentos que o novo cenário pandêmico tem imposto ao campo da educação.