Como os discursos escolares sobre as sexualidades são percebidos por sujeitos transexuais? E como tais
discursos repercutem nos seus processos de identificação e de produção de si? Neste texto, a partir das
narrativas de três mulheres transexuais, busco analisar repercussões das práticas escolares e dos
discursos sobre as sexualidades nos sentidos incorporados mediante a experiência de viver a diferença
enunciada pelo olhar normalizador das instituições de controle. Interessa evidenciar que os sujeitos
transexuais produzem suas próprias histórias, mesmo estando às margens dos discursos socialmente
legitimados que circulam na escola, no interior de um discurso normalizador cuja pretensão é manter a
hegemonia da história universal, onde apenas alguns sujeitos são inscritos e reconhecidos sob a
denominação de humanos.