Experimentalismo institucional como antítese ao conservadorismo da crítica jurídica
REVISTA DE CIÊNCIAS DO ESTADO - REVICE
Experimentalismo institucional como antítese ao conservadorismo da crítica jurídica
Autor Correspondente: Gustavo Dalpupo de Lara | [email protected]
Palavras-chave: Roberto Mangabeira Unger, Experimentalismo institucional, Teorias críticas do direito
Resumos Cadastrados
Resumo Português:
O artigo parte da premissa de que o movimento da crítica jurídica (ou teorias críticas do Direito), tal como descrito por Leonel Severo Rocha, Luis Alberto Warat e Guilherme Roman Borges, possui duas principais deficiências: em primeiro lugar, que, apesar de ter se associado expressamente a uma ética emancipatória, cultivou, ao contrário, um discurso politicamente e juridicamente conservador; e, em segundo lugar, o movimento falhou em produzir um programa ou aparato institucional destinado a concretizar aquela ética. Com base nessas proposições, o artigo sustenta que o experimentalismo institucional e democrático, teoria desenvolvida por Roberto Mangabeira Unger, autor comumente associado àquele amplo movimento, oferece estratégias que vão de encontro às deficiências mencionadas, sanando-as. Isso porque o experimentalismo compreende um conjunto de ferramentas institucionais que têm, como objetivo, a realização de um ideal de emancipação. A teoria reforça também a necessidade de que as instituições e os ideais que as informam sejam submetidos a um grau acentuado de revisibilidade. Portanto, conclui-se que o experimentalismo institucional simultaneamente opõe-se à tendência conservadora da crítica jurídica e confere ao ideal de emancipação as ferramentas práticas de que necessita. O estudo realizado, que se funda em revisão bibliográfica, é preponderantemente analítico e sua conclusão extrai-se dedutivamente da comparação realizada entre os preceitos teóricos que constituem seu objeto.
Resumo Inglês:
The article takes into consideration the premise that the movement of legal criticism (or critical theories of Law), as described by Leonel Severo Rocha, Luis Alberto Warat and Guilherme Roman Borges, has two main deficiencies: first, that, despite linking itself expressly to an emancipatory ethics, it cultivated, on the contrary, a politically and legally conservative discourse; and, second, the movement failed to produce a program or institutional apparatus designed to realize that ethic. Based on these propositions, the article argues that the institutional and democratic experimentalism, theory developed by Roberto Mangabeira Unger, an author commonly associated with that broad movement, offers strategies that address the aforementioned deficiencies, solving them. This is because experimentalism comprises a set of institutional tools that have, as their objective, the realization of an emancipation ideal. The theory also reinforces the need for institutions and the ideals that inform them to be subjected to a heightened degree of revisibility. Therefore, the article concludes that institutional experimentalism simultaneously opposes the conservative tendency of legal criticism and gives the ideal of emancipation the practical tools it needs. The study carried out, which is based on a bibliographic review, is predominantly analytical and its conclusion is deductively drawn from the comparison made between the theoretical precepts that constitute its object.
Resumo Espanhol:
El artículo parte de la premisa de que el movimiento de crítica jurídica (o teorías críticas del Derecho), tal como lo describen Leonel Severo Rocha, Luis Alberto Warat y Guilherme Roman Borges, tiene dos deficiencias principales: en primer lugar, que a pesar de estar expresamente asociada a una ética emancipadora, cultivó, por el contrario, un discurso políticamente y jurídicamente conservador; y, en segundo lugar, el movimiento no logró producir un programa o aparato institucional diseñado para concretizar esa ética. Con base en estas proposiciones, el artículo sostiene que el experimentalismo institucional y democrático, teoría desarrollada por Roberto Mangabeira Unger, autor comúnmente asociado a ese amplio movimiento, ofrece estrategias que enfrentan las deficiencias antes mencionadas, sanándolas. Esto se debe a que el experimentalismo comprende un conjunto de herramientas institucionales que tienen como objetivo la realización de un ideal de emancipación. La teoría también refuerza la necesidad de que las instituciones y los ideales que las informan estén sujetos a un marcado grado de revisibilidad. Por consiguiente, se concluye que el experimentalismo institucional se opone simultáneamente a la tendencia conservadora de la crítica jurídica y confiere al ideal de emancipación las herramientas prácticas que necesita. El estudio realizado, que se basa en una revisión bibliográfica, es predominantemente analítico y su conclusión se extrae deductivamente de la comparación que se hace entre los preceptos teóricos que constituyen su objeto.