As crianças, durante o processo de aquisição da linguagem, aprendem e
memorizam formas simbólicas de violência através de palavras, frases e fraseologias de
sua lÃngua materna. Na fase adulta, recorremos, graças à memória episódica, à s
expressões idiomáticas em diversos contextos de uso da lÃngua. Como os adultos, então,
interpretam as expressões idiomáticas? Que tipo de compreensão as crianças, na
primeira infância, têm das expressões idiomáticas do tipo “chutar o pau da barracaâ€,
“entrar no pauâ€, “meter o pau (em)†e “mostrar com quantos paus se faz uma canoaâ€? O
presente artigo procura responder a estas indagações que inquietam educadores,
psicólogos e pais. Dados coletados da fraseologia popular apontam que os significados
dados às expressões idiomáticas não são arbitrários, mas têm base metafórica que
decorre de esquemas de imagens e movimentos que emergem a partir de nossas
experiências corpóreas armazenadas em nossa memória episódica.