O presente artigo analisa, a partir das questões do anarquismo referentes às mulheres, três peças dramatúrgicas do livro Antologia do Teatro Anarquista, de Maria Thereza Vargas: O Semeador de Avelino Fóscolo, A Bandeira Proletária de Marino Spagnolo e Uma Mulher Diferente de Pedro Catallo. Inicialmente, apresentam-se alguns ideais do movimento anarquista e da vertente chamada anarcofeminista, da virada do século XIX para o século XX, mostrando a luta e a importância da mulher no mesmo. Em seguida, a análise dos textos demonstra a expressão dos ideais anarquistas apresentados, assim como a percepção que as peças nos mostram sobre a realidade da época. Esses traços aparecem ora explícitos, ora implícitos nas características das personagens, no enredo, nos diálogos, nas rubricas e demais aspectos estruturais das peças. A importância que a expressão desses ideais tem nessas peças atesta o fato já conhecido de que o teatro era um dos principais meios para se despertar a consciência social, o veículo de uma educação popular para a conscientização libertária.