Objetivo: analisar os fatores associados à dificuldade de cicatrização de lesões cutâneas em um hospital privado. Métodos: estudo observacional e retrospectivo, incluindo pacientes com lesões cutâneas de qualquer etiologia. A coleta foi realizada em prontuários eletrônicos, por meio de instrumento semiestruturado que contemplou caracterização sociodemográfica e clínica, além da conduta terapêutica instituída. Aplicaram-se modelos múltiplos de regressão logística binária, nas formas padrão e com penalização de Firth. Resultados: a amostra incluiu 78 pacientes, com média de idade de 46,3 anos e predominância do sexo feminino. Prevaleceram lesões de difícil cicatrização, de etiologia traumática, pequeno porte, localizadas em membros inferiores. Houve relato de dor e exsudato abundante, de aspecto purulento ou seropurulento. A conduta mais frequente foi o desbridamento mecânico, a higienização com solução de polihexametileno biguanida e o uso de coberturas antimicrobianas. Conclusão: a recidiva da ferida e a presença de exsudato purulento/seropurulento associaram-se de forma significativa à dificuldade de cicatrização. Contribuições para a prática: os achados reforçam a importância da avaliação contínua e detalhada das feridas para identificar precocemente riscos e otimizar as condutas terapêuticas.
Objective: to analyze factors associated with delayed healing of skin lesions in a private hospital. Methods: this is an observational, retrospective study including patients with skin lesions of any etiology. Data were extracted from electronic medical records using a semi-structured tool that captured sociodemographic and clinical characteristics and therapeutic management. Multiple binary logistic regression models were applied in standard form and with Firth penalization. Results: the sample included 78 patients (mean age 46.3 years), with a predominance of females. Hard-to-heal lesions were most common and were typically traumatic, small in size, and located on the lower limbs. Pain was reported, along with abundant purulent or seropurulent exudate. The most frequent interventions were mechanical debridement, cleansing with a polyhexamethylene biguanide solution, and the use of antimicrobial dressings. Conclusion: wound recurrence and the presence of purulent/seropurulent exudate were significantly associated with delayed healing. Contributions to practice: these findings reinforce the importance of ongoing, detailed wound assessment to identify risks early and optimize therapeutic management.
