Neste artigo, gostaríamos de esboçar uma montagem flumínea de fragmentos extraídos da esfera da comunicação contemporânea – Facebook, que, no final de 2014, nos presenteou com um vídeo que celebrava o nosso “ano maravilhoso”; Umberto Eco, que, pouco antes de nos deixar, afirmava que as redes sociais “conferiram direito de palavras aos imbecis”; Barack Obama, que revelou se fechar no Salão Oval para assistir seriados de televisão; Papa Francisco, que enquanto usava Twitter declarava: “não assisto televisão” – a fim não apenas de explorar, com a ajuda da metodologia semiótica, as relações que atravessam e ligam estas micro-formações, mas, sobretudo, de destacar as complexas questões de sentido – afetividade, significatividade, intersubjetividade – implicadas no modo em que vivemos os medias. E, ainda mais profundamente, o modo em que os medias, nestes primeiros anos do século XXI, estão dando vida a novas interações. Como veremos, os sentidos e os effectos de estas interações estão profundamente conectados com uma nova centralidade da “função fática” da linguagem.