Este artigo debruça-se na comparação entre as modalidades escrita e falada da linguagem com o objetivo de mostrar a necessidade a linguÃstica adotar uma abordagem nova, tanto na metodologia quanto nas categorias de análise, para compreender como a fala espontânea se estrutura. Através de exemplos de contexto natural extraÃdos de corpora, se colocam algumas questões relativas ao estatuto da fala e da escrita, antes de se examinar as principais diferenças pragmáticas nas duas modalidades, claras consequências das diferenças de meio e canal; uma seção dedicada à função da prosódia introduz uma discussão sobre as unidades de referência da fala e da escrita e seus diferentes valores comunicativos. Por fim, se avançam propostas para uma abordagem empiricamente embasada para o estudo da fala, com algumas observações sobre as caracterÃsticas das novas modalidades tecnológicas aplicadas ao uso da linguagem.