Falando a língua do inimigo: a solidão do missionário nas terras calchaquís

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ISSN: 14137704
Editor Chefe: Alexandre Vieira Ribeiro
Início Publicação: 30/11/1996
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: História

Falando a língua do inimigo: a solidão do missionário nas terras calchaquís

Ano: 2013 | Volume: 19 | Número: 35
Autores: Christophe Giudicelli
Autor Correspondente: C.Giudicelli | [email protected]

Palavras-chave: índios calchaquíes, missões de Tucumã, idiomas coloniais.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este trabalho analisou um paradoxo: a sincronia entre a aquisição tardia do idioma kakán pelos missionários e o brutal desaparecimento da
missão Calchaquí em meados dos anos 1660. Quando os jesuítas já falavam o idioma, esse conhecimento já não tinha nenhuma utilidade,
pela extinção da missão e deportação de seus neófitos. Por sua vez, este paradoxo fez com que o estatuto de tal idioma, hoje inexistente,
fosse investigado na economia linguística colonial. De língua veicular, terminou como o idioma exclusivo do inimigo, identificado como
um território (os Valles Calchaquíes), e como uma atitude rebelde. Sua extensão foi diminuindo conforme a colonização avançava,
promovendo-se os idiomas de comunicação colonial, particularmente o quéchua. Por fim, a dispersão dos habitantes fora dos vales
deixou aos missionários um conhecimento que serviria apenas para propósitos técnicos: transmitir ordens à milícia dos calchaquíes
vencidos, alistados como “índios amigos” nas milícias da província.