Fenomenologia, mundo-da-vida e crise das ciências: a necessidade de uma geografia fenomenológica

Geograficidade

Endereço:
Rua Pedro Zaccaria, 1300 - Cx. Postal 1068.
Limeira / SP
13484-350
Site: http://www.uff.br/posarq/geograficidade
Telefone: (19) 3701-6693
ISSN: 2238-0205
Editor Chefe: Eduardo Marandola Jr.
Início Publicação: 31/07/2011
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Geografia

Fenomenologia, mundo-da-vida e crise das ciências: a necessidade de uma geografia fenomenológica

Ano: 2013 | Volume: 3 | Número: 2
Autores: Tommy Akira Goto
Autor Correspondente: T. A. Goto | [email protected]

Palavras-chave: Crise das Ciências, Edmund Husserl, Fenomenologia Transcendental

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O artigo tem como proposta apresentar a constituição de uma “geografia fenomenológica” a partir da crítica fenomenológica que Edmund Husserl (1859-1938) promove à ciência moderna, exposta nos seus últimos escritos denominados “A Crise das Ciências Europeias e a Fenomenologia Transcendental”. Nesses escritos Husserl denuncia a crise de sentido vivida pela filosofia e ciência moderna, evidenciando o quanto o distanciamento entre as ciências e o mundo-da-vida produziu consequências graves, desvinculando do interior delas questões que concernem à humanidade e à sociedade. Husserl encontra como única saída para a crise a Fenomenologia Transcendental, cuja intenção é recuperar a ordem espontânea, o sentido e a orientação da existência humana, retomando o rol da subjetividade transcendental, expostas nas evidências pré-científicas e pré-lógicas do mundo-da-vida (Lebenswelt). No caso específico da geografia como ciência moderna, como argumentaria Husserl, impõe-se também a necessidade de se constituir uma nova geografia, capaz de retomar o sentido da humanidade, a partir de um saber geográfico unificado. Essa geografia recuperada pelo ideal de ciência, refundada pela fenomenologia husserliana, pode ser chamada de Geografia Fenomenológica ou uma Geografia Eidética, cujo intuito está na recondução da reflexão aos princípios constituintes da realidade, ou seja, a subjetividade e o mundo em sua plena correlação.



Resumo Inglês:

The paper aims to present the constitution of a “phenomenological geography” from the phenomenological critique that Edmund Husserl (1859-1938) promotes about modern science, exposed in his last writings called “The Crisis of European Sciences and Transcendental Phenomenology.” In these writings Husserl denounces the crisis of meaning experienced by modern science and philosophy, showing how the gap between the sciences and the lifeworld (Lebenswelt), has produced serious consequences, especially because the modern sciences excludes from their discussion the humanity and society issues. Husserl sees the Transcendental Phenomenology as the only way out of the crisis, whose intention is to recover the spontaneous order, the sense and orientation of human existence, resuming the role of transcendental subjectivity, exposed in the evidences pre-scientifics and pre-logical of the lifeworld (Lebenswelt). In the specific case of geography as modern science, as Husserl would argue, it also applies the need to establish a new geography, able to regain a sense of humanity, possible from a unified geographic knowledge. This geography recovered by the ideal of science, refounded by Husserlian phenomenology, can be called a Phenomenological Geography or Eidetic Geography, whose purpose is to reconduce the reflection of the principles constituents of reality, in other words, the subjectivity and world in its full correlation.