A partir de uma etnografia da festa brava, realizada entre 2010-11, foquei meus esforços em compreender a tauromaquia em Portugal, bem como os argumentos do movimento dos direitos dos animais, sediado em Lisboa, que tem o fim das touradas como um Ãcone. Neste trabalho exploro como ambos os lados percebem a relação entre seres humanos e touros nesta festa. Os resultados sugerem que entre os dois grupos circulam duas noções de pessoas para os animais. Do lado taurino, animais e humanos se conformam mutuamente, admitindo-se a animalidade humana ao tempo em que se atribui uma pessoalidade aos touros. Do lado dos animalistas, defendem-se direitos para os animais de maneira que somente no sentido jurÃdico os mesmos podem ser pessoas.
Based on a fiesta ethnography which I did in 2010 and 2011, I
focus my efforts to comprehend the art of bullfighting in Portugal
as well as the arguments of the Lisbon animal rights movement.
The end of bullfights is the principal aim of this movement. This
article explores how both sides perceive the relations between
human beings and bulls in this festival. The results suggest that
there are two notions which circulate between the two groups
about persons for the animals. On the bullfighter side, animals
and humans are conform mutually, one to the other. At the same
time that animality, is attributed to persons, person-ness is
attributed to the bulls. On the animalist side, rights are defended
for the animals in such a way that, it is only in the juridical sense
that bulls can be persons.