FIBROMIALGIA E DOR: UM ESTUDO DE CASO SOBRE MAL-ESTAR NO TRABALHO E ADOECIMENTO

Revista Corpoconsciência

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ISSN: 2178-5945
Editor Chefe: Evando Carlos Moreira
Início Publicação: 30/11/1997
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Educação física

FIBROMIALGIA E DOR: UM ESTUDO DE CASO SOBRE MAL-ESTAR NO TRABALHO E ADOECIMENTO

Ano: 2012 | Volume: 16 | Número: 1
Autores: Rafael da Silva Mattos
Autor Correspondente: Rafael da Silva Mattos | [email protected]

Palavras-chave: Fibromialgia. Práticas Corporais de Saúde. Dor.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A fibromialgia é uma síndrome reumática que atinge cerca de 2% da população
brasileira, sendo 90% dos pacientes do gênero feminino. Os principais sintomas são
dor crônica generalizada, depressão, desânimo e fadiga acentuada, provocando
dificuldades sociais e afetivas cotidianas. Objetivo: O objetivo principal deste estudo
é apreender e interpretar sentidos e significados que mulheres com fibromialgia
atribuem às práticas terapêuticas corporais realizadas no Projeto de Extensão:
tratamento Interdisciplinar para Pacientes Portadores de Fibromialgia, realizado na
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Todas as mulheres foram
diagnosticadas em ambulatórios públicos e privados e depois se inscreveram
voluntariamente no tratamento gratuito disponibilizado. A principal hipótese deste
estudo procura relacionar o adoecimento dessas mulheres com o regime social de
trabalho, que aumenta o sofrimento e, por conseguinte, provoca somatização do
mal-estar gerado. Métodos: Trata-se de um estudo socioantropológico com campo
etnográfico, no qual foram observadas as práticas corporais semanais nos anos
2009 a 2010. As práticas corporais foram ministradas por profissionais de Educação
Física. Também foram realizadas fotografias e entrevistas em profundidade com
todas as mulheres que participavam regularmente das práticas corporais. De igual
modo, realizaram-se entrevistas por computador e por telefone com mulheres
diagnosticadas por fibromialgia em diversas cidades brasileiras. Resultados: Foi
possível compreender que estar num local onde podem se relacionar com outras
pessoas com os mesmos sinais e sintomas e que compartilhar situações de
sofrimento semelhantes contribui para a construção de uma identidade de grupo
baseada no cuidado e no acolhimento. Assim, elas constroem coletivamente valores
de cuidado com o corpo e com a saúde. Conclusões: A participação assídua no
tratamento oferecido aumenta a qualidade de vida e a vitalidade de mulheres com
fibromialgia, contribuindo para a promoção da saúde não apenas na sua dimensão
físico-orgânica, mas em sua totalidade socioafetiva.