Neste artigo procuraremos compreender o recurso ficcional em Flusser como método de investigação. A ficção em Flusser é utilizada não apenas como um laboratório imaginário de experimentações que por vezes auxiliam na paralaxe dos fenômenos, mas igualmente enquanto importante recurso retórico que, através da ficção hiperbólica “dá a ver” as transformações, por vezes imperceptíveis, que começam a irromper no horizonte das sociedades pós-industriais. Nos debruçaremos ainda sobre a fábula do Vampyroteuthis Infernalis, o que possibilitará não apenas analisar os meandros da produção filosófico-ficcional de Flusser, mas também introduzir temas referentes às transformações ocasionadas pela forma de existência pós-histórica.