Este artigo tem como objetivo realizar uma reflexão centrada na figura feminina e seu silenciamento nos seringais amazonenses, durante as primeiras décadas do ciclo da borracha (final do século XIX e inÃcio do século XX). Para tanto, foi utilizada pesquisa bibliográfica a fim de apresentar e refletir sobre os posicionamentos de alguns teóricos sobre o silêncio como David Le Breton (1997), Eni P. Orlandi (2007), Peter Burke (1995) e Mikhail Bakhtin (1999) e sobre a presença da mulher no seringal através de Cristina Scheibe Wolf (1999) e Michelle Perrot (1988). O tema do silenciamento na temática feminina foi abordado a partir da concepção de que a mulher é um dos grupos que foram silenciados pela historiografia tradicional, principalmente durante o auge da borracha. Posteriormente, foi apresentada a presença feminina nos seringais durante a segunda metade do século XIX, apontando como se dava esse apagamento da figura feminina e desconstruindo a ideia que a história oficial sempre reforçou em que a mulher, geralmente, aparece como um ser subalternizado. Conclui-se que a história não pode nem deve excluir as mulheres de uma cultura da qual também fizeram e fazem parte. Silenciar também é uma forma de resistir, portanto, durante as primeiras décadas do ciclo da borracha nos seringais, o silêncio foi o território da resistência da figura feminina. Palavras-chave: Silenciamento; mulher; borracha; seringal.