Este artigo tem como objetivo analisar as ações e concepções de profissionais ligados ao
Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente sobre as famÃlias que têm os
filhos afastados de sua convivência. Trata-se de relato de pesquisa realizada em uma cidade
do oeste da Santa Catarina, por meio das técnicas de entrevista, de grupo focal e da análise de
documentos produzidos pelos profissionais. Fundamenta-se em noções de Michel Foucault.
Os resultados indicam que o afastamento de crianças e adolescentes de suas famÃlias tem se
dado com base em um discurso de culpabilização e criminalização da famÃlia, considerada
incapaz de bem cuidar de seus filhos, por condições majoritariamente associadas à situação de
pobreza em que vivem. Os profissionais compreendem que essas famÃlias fizeram escolhas
por modos de vida que não condizem com o esperado socialmente para a
maternidade/paternidade.