Filmes sobre surdos: que representações de surdos e de língua de sinais eles trazem?
Práxis Educativa
Filmes sobre surdos: que representações de surdos e de língua de sinais eles trazem?
Autor Correspondente: C. H. Silveira | [email protected]
Palavras-chave: filmes, educação de surdos, lÃngua de sinais
Resumos Cadastrados
Resumo Português:
Este artigo apresenta uma análise de dois filmes que tematizam a surdez e que não foram até o presente investigados no espaço acadêmico brasileiro. Trata-se de O MartÃrio do Silêncio (Mandy, 1952) e de Palavras do Silêncio (After The Silence, 1996). A análise fundamenta-se nos Estudos Culturais e nos Estudos Surdos, especialmente nos conceitos de pedagogias culturais, cultura surda, identidades surdas, lÃngua de sinais, bem como na análise de outros filmes sobre surdos, realizada por Thoma (2004). Ambos os filmes pertencem ao gênero drama e buscou-se analisar a forma como os personagens surdos são representados, destacando-se algumas cenas em que a problemática surdo x sociedade ouvinte é mostrada. No desfecho desses filmes, as personagens surdas conseguem oralizar. A partir disso, pode-se perguntar qual é o resultado pedagógico de tais filmes, ao mostrarem a oralização como uma conquista após o uso de LÃngua de Sinais. Assim, representações de surdos, educação de surdos e lÃngua de sinais estão presentes em ambos os filmes, ainda que haja diferenças de abordagem entre eles.
Resumo Inglês:
This paper analyzes two films about deafness which have not been investigated in the Brazilian academic context. They are Mandy (directed by Alexander Mackendrick, 1952, England) and After the Silence (by Fred Gerber, 1996, USA). The analysis is supported by Cultural Studies and Deaf Studies, especially on the concepts of cultural pedagogies, deaf culture, deaf identities, sign language, as well as on the analysis of other films about deaf people conducted by Thoma (2004). Both films are classified as drama, and particular attention was given to how deaf characters are represented, highlighting scenes showing the difficulties deaf people face in a hearing society. It is worth noting that in the end of both films the deaf characters manage to speak and hear. The pedagogical impact of these films is questioned as they show that the deaf may be able to speak and hear after using Sign Language. Deaf representations, deaf education and sign language are present in both films, although there is a difference in approach between them.