Este artigo buscou contrapor alguns aspectos da Filosofia Crítica de Kant com a sua produção na área da Geografia Física, tendo como referência central a questão da hierarquização das raças. Foi analisada a compatibilidade lógica entre ambos os campos dosaber e, como consequência, foram demonstradas as seguintes teses principais: I) considerando o domínio teórico da Filosofia Crítica, há uma contradição entre os limites do conhecimento teórico e científico por ela estabelecidos para o entendimento da natureza e alguns pontos da prática kantiana de ensino da Geografia Física; II) no domínio prático não há contradição entre as posturas racistas e classistas de Kant, manifestadas nos cursos de Geografia Física, e sua filosofia moral; III) o racismo kantiano emergiu basicamente do seu pensamento teleológico, o qual influenciou tanto sua Filosofia Crítica, quanto seu pensamento científico no campo da Geografia Física.
This article sought to confront some aspects of Kant’s Critical Philosophy with its production in the area of Physical Geography, having as a central reference the issue of the hierarchizationof races. The logical compatibility between both fields of knowledge was analyzed and, as a consequence, the following main theses were demonstrated: I) considering the theoretical domain of Critical Philosophy, there is a contradiction between the limitsof theoretical and scientific knowledge established by it for the understanding of nature and some points of the Kantian practice of teaching Physical Geography; II) in the practical domain there is no contradiction between Kant’s racist and classist postures, manifested in the courses of Physical Geography, and his moral philosophy; III) Kantian racism emerged basically from his teleological thinking, which influenced both his Critical Philosophy and his scientific thinking in the field of Physical Geography.