O artigo trata de como a constituição pública, no Brasil, de categorias legais – e socialmente reconhecidas – beneficiárias de direitos especiais, tais como populações tradicionais e comunidades quilombolas, produziu o acesso de múltiplas noções identitárias entre moradores de uma área florestal da Mata Atlântica do Estado de São Paulo. Esta reelaboração identitária consiste numa acomodação de suas lutas por reconhecimento à s categorias legais. Como conclusão, diagnostica-se que o acesso a categorias especiais de direitos que buscam o reconhecimento das particularidades (direito à diferença) acaba por constituir uma maneira paradoxal de busca por reconhecimento de padrões mÃnimos de cidadania (direito à igualdade) historicamente negados a tais grupos.