Seguindo as questões: o que significa uma ética hermenêutica gadameriana? Como situar os estudos históricos disciplinares, a “historiografia”, no giro ético-político e hermenêutico das humanidades contemporâneas? O objetivo deste texto é buscar responder quais as implicações de uma ética hermenêutica para historiografia. Ele parte de um panorama do “estado da arte” dos recentes “giros” da historiografia ocidental, sobretudo da teoria da história contemporânea, e segue até uma discussão crítica e disciplinar da História enquanto exercício ético hermenêutico. Para que cheguemos a uma discussão epistemológica sobre a ética hermenêutica e a historiografia, propomos uma apresentação da obra do filósofo Hans-Georg Gadamer (1900-2002), a sua contribuição para uma abordagem compreensiva à história, e a sua leitura do diálogo platônico Filebo. Finalizamos o texto demonstrando possíveis abordagens éticas hermenêuticas à história, como é o caso de trabalhos que unem pesquisa documental, teoria e ensino de história.
Following the questions: what does a Gadamerian hermeneutic ethics mean? How to place disciplinary historical studies, the “historiography”, in the ethical-political and hermeneutic turn of contemporary humanities? he goal of this text is try an answer to the question: what are the implications of a hermeneutic ethics for historiography. It starts from an overview of the “state of the art” of Western historiography, especially the theory of contemporary history, and goes on to a critical and disciplinary discussion of History as an ethical hermeneutic exercise. Aiming to produce an epistemological discussion about hermeneutic ethics and historiography, we propose a presentation of the work of the philosopher Hans-Georg Gadamer (1900-2002), his contribution to a comprehensive approach to history, and his reading of the Platonic dialogue Phillebus. We end the text by demonstrating possible hermeneutic ethical approaches to history, as is the case of works that combine documentary research, theory and history teaching.