CONTEXTUALIZAÇÃO: Instrumentos de medida devem ser analisados quanto a sua utilidade clÃnica e cientÃfica em diferentes populações. Apesar de o teste da força de preensão palmar (FPP) ser amplamente utilizado, pouco foi investigado quanto a sua confiabilidade ao ser utilizado em idosos com demência e em qual grau de demência seria inviabilizado o seu uso.
OBJETIVO: Avaliar a confiabilidade teste-reteste da FPP em idosos com diferentes graus de demência.
MÉTODO: Realizou-se uma avaliação dos aspectos cognitivos de 76 idosos com demência e uma entrevista com o cuidador, permitindo a classificação do idoso segundo os critérios da Escala ClÃnica de Demência (Clinical dementia rating – CDR). Para essas avaliações, foram utilizados o Miniexame do Estado Mental e os questionários Pfeffer, Lawton e Katz. Vinte idosos foram classificados como grau questionável (83,4±5,8 anos); 19, como leve (82,4±6,8 anos); 19, como moderado (85,8±5,6 anos) e 18, como grave (84,0±5,1 anos). Os idosos tiveram a FPP avaliada por meio de um dinamômetro hidráulico JAMAR e, após uma semana, foram reavaliados. A confiabilidade foi estimada pelo Coeficiente de Correlação Intraclasse (ICC). O nÃvel de significância foi α=0,05.
RESULTADOS: A confiabilidade teste-reteste foi excelente para os grupos que apresentaram o CDR questionável (ICC=0,975; p=0,001), leve (ICC=0,968; p=0,002) e moderado (ICC=0,964; p=0,001). A análise do grupo com CDR grave mostrou não haver uma significância estatÃstica e um ICC baixo (ICC=0,415; p=0,376).
CONCLUSÃO: O teste de FPP apresenta excelente confiabilidade ao ser utilizado em idosos com demências questionável, leve e moderada, viabilizando seu uso em pesquisas. Já em idosos classificados como graves, seu uso não é recomendado visto que a confiabilidade da medida é baixa e, portanto, sem relevância clÃnica para uso na prática.