A força muscular respiratória de escolares com fibrose cística e saudáveis é semelhante?

Revista Brasília Médica

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ISSN: 2236-5117
Editor Chefe: Eduardo Freire Vasconcellos
Início Publicação: 01/09/1967
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Enfermagem, Área de Estudo: Medicina, Área de Estudo: Saúde coletiva

A força muscular respiratória de escolares com fibrose cística e saudáveis é semelhante?

Ano: 2023 | Volume: 60 | Número: Especial
Autores: Gabriela Castilhos Ducati, Juliana Cardoso, Gabrielle de Oliveira Gonçalves, Francieli Camila Mucha, Thaise Helena Cadorin, Camila Isabel Santos Schivinski
Autor Correspondente: Gabriela Castilhos Ducati | [email protected]

Palavras-chave: manovacuômetro, pediatria, avaliação respiratória

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

INTRODUÇÃO: Alterações como hiperinsuflação, desnutrição e tosse crônica em indivíduos com fibrose cística (FC) podem levar a diferentes perfis na força muscular respiratória (FMR) e, por conta disso, entender o comportamento se faz necessário.

OBJETIVO: Comparar parâmetros de FMR entre indivíduos com FC e saudáveis.

METODOLOGIA: Trata-se de um estudo observacional transversal, que incluiu escolares saudáveis (GES) e com FC (GFC), com idades entre 7 e 14 anos, provenientes de instituições de ensino e de um centro de referência da FC, respectivamente. Os termos de pesquisa foram assinados pelos envolvidos, após aprovação pelo comitê de ética. Inicialmente, foi realizada a avaliação antropométrica para caracterização dos grupos e, coleta de dados de colonização bacteriana, genótipo e gravidade da doença (Escore de Schwachman-Doershuk-ESD), os quais foram obtidos em prontuário para o GFC. A avaliação da FMR foi realizada pela aferição da pressão inspiratória máxima (PImáx) e da pressão expiratória máxima (PEmáx) com o manovacuômetro digital (MVD300, G-MED®, Brasil), respeitando as normas da American Thoracic Society e European Respiratory Society. Foram realizadas de 3 a 7 manobras para cada medida, variando menos de 10% entre si, sendo registrada a maior medida. Calcularam-se os valores preditos (%pred) segundo a equação de Rosa et al. (crianças de 6 a 10 anos) e de Domènech-Clark et al. (acima de 11 anos). Os dados foram analisados com o software SPSS versão 20.0. Verificou-se a distribuição dos dados pelo teste Shapiro-Wilk e empregou-se estatística descritiva e de frequências. Realizou-se T de Student para amostras independentes ou U-Mann Whitney para comparação das variáveis, com nível de significância de 5%.

RESULTADOS: Participaram 56 crianças/adolescentes (60,7%meninos). Com relação aos parâmetros antropométricos, houve diferença significativa na massa corporal e no índice de massa corporal (IMC). No GFC (n=29) apresentaram média de idade de 10,47 ± 1,86, massa corporal (kg) 31,63 ± 8,50, estatura (m) 1,40 ± 0,12 e IMC (kg/m2) 15,87 ± 1,81. Destes, 42,9% foram classificados como excelente no ESD, 50% com genótipo 8710;F508 heterozigoto e 67,9% colonizados por algum patógeno. Já no grupo GES (n=29), apresentaram média de idade de 10,19 ± 2,07, massa corporal (kg) 40,62 ± 11,49, estatura (m) 1,44 ± 0,12 e IMC (kg/m2) 18,72 ± 2,84. Não houve diferença significativa entre os grupos para FMR (p>0,05): PImáx (GFC: -64,67 ± 26,19 x GES: -73,03 ± 28,69), PEmáx (GFC: 76,89 ± 21,72 x GES: 84,71 ± 28,13), PImáx%pred (GFC: -94,43 ± 46,59 x GES: -104,41 ± 37,99), PEmáx%pred (GFC: 90,81 ± 32,14 x GES: 103,10 ± 45,36).

CONCLUSÃO: Observou-se diferença entre os grupos em parâmetros de composição corporal, com diminuição no GFC. No entanto, não repercutiu na FMR, onde não houve diferença entre eles. Numericamente, parecem menores do que seus pares, o que demonstra a importância dessa avaliação rotineira para o acompanhamento da progressão nos indivíduos com FC.