Observa-se um processo de transformação nas políticas de saúde no Brasil, que busca novas formas de produzir o cuidado, destacando-se a reorientação das ações na atenção básica com a implementação e o crescimento da Estratégia de Saúde da Família (ESF). Com esta ampliação, algumas unidades de atenção básica foram constituídas em territórios com alto grau de vulnerabilidade social e expostas à violência urbana (conflito armado), interferindo na prática dos profissionais de saúde. Tem como objetivos descrever o processo de trabalho dos profissionais de saúde em uma unidade da ESF localizada em área de violência urbana; relacionar coletivamente a capacitação profissional adquirida e a competência atribuída para a prática dos profissionais de saúde alocados em área de risco social; elencar as lacunas existentes no processo formativo considerando a atual situação vivenciada pelos profissionais de saúde que desenvolvem suas práticas em áreas de violência social, visando analisar coletivamente as nuances do processo de formação em saúde em áreas de violência urbana. O estudo é qualitativo e utiliza como metodologia a Análise institucional em sua vertente da socioclínica institucional. Espera-se com o estudo contribuir para ampliação da percepção destes profissionais sobre sua atuação em territórios de conflitos armados, já que existem poucos estudos atuais que abordem tal temática.
It is observed a process of transformation in the health policies in Brazil, which seeks new ways of producing care, highlighting the reorientation of actions in basic care with the implementation and growth of the Family Health Strategy (FHS). With this expansion, some basic care units were set up in territories with a high degree of social vulnerability and exposed to urban violence (armed conflict), interfering with the practice of health professionals. The objectives are describing the work process of health professionals in a FHS unit located in the area of urban violence; collectively relate the professional qualification acquired and the competence attributed to the practice of health professionals allocated in the area of social risk; to specify the existing gaps in the training process considering the current situation experienced by health professionals who develop their practices in areas of social violence, aiming to analyze collectively the nuances of the process of health training in urban violence areas. The study is qualitative and uses as methodology the institutional analysis in its institutional socioclinic aspect. It is hoped that the study will contribute to an increase in the perception of these professionals about their work in territories of armed conflicts, since there are few current studies that address such issue.
