O presente ensaio procura delinear uma alternativa interpretativa a crÃticas fatalistas sobre o Estado e o policiamento
contemporâneo pós-colonial em paÃses africanos. Partiu-se de uma pesquisa realizada com alunos cooperantes em
formação e oficiais de polÃcia africanos formados em Portugal, especificamente no Instituto Superior de Ciências Policiais
e Segurança Interna (ISCPSI). Defende-se a ideia de que discursos normativos e reformistas tendem a ser proferidos
por alunos e ex-alunos que obtêm uma formação superior de longa duração que os agrega em comunidades de saber.
Os efeitos práticos desta formação individual na condução do policiamento local não são de forma alguma evidentes.
Porém, o que a pesquisa indica é que a abertura de avenidas de possibilidades intermédias na mudança de leis, polÃticas
e técnicas policiais não deve ser desprezada.