O presente artigo tem como objetivo refletir sobre as formas da memória em Ponciá Vicêncio (2003), de Conceição Evaristo. Trata-se de uma abordagem que considera o romance da escritora brasileira como amálgama da presença da memória coletiva, num elo que liga o passado e o presente, para, enfim, projetar-se num futuro comum. Com isso, a escritura se revela, por sua vez, como matéria de resistência, marca de tantos escritos contemporâneos na literatura brasileira, em que a figura do “subalterno” se coloca como sujeito que fala por si, rompendo o silenciar histórico, assim como pensamentos colonizadores e racistas. Para este trabalho, recorremos às reflexões de Evaristo (2009), Barossi (2017), Oliveira (2019), Silva (2010), Pereira (2016), Schøllhammer (2009), Spivak (2010) e Foucault (1999, 2002).
This article aims to reflect on the forms of memory in Ponciá Vicêncio (2003), by Conceição Evaristo. It is about an approach that considers the novel by the Brazilian writer as an amalgam of the presence of collective memory, in a link that connects the past and the present, for, finally, project itself into a common future. With this, the writing is revealed, in its turn, as a matter of resistance, a mark of so many contemporary writings in Brazilian literature, in which the figure of the “subaltern” stands as a subject that speaks for itself, breaking the historical silence, as well as colonizing and racist thoughts. For this work, we use the reflections of Evaristo (2009), Barossi (2017), Oliveira (2019), Silva (2010), Pereira (2016), Schøllhammer (2009), Spivak (2010) and Foucault (1999, 2002).