Sabe-se que, na maioria das vezes, a produção textual no ambiente escolar constitui-se de um processo discursivo artificializado e, de certo modo, vazio em termos de interação intersubjetiva. O aluno escreve para obter nota. O professor corrige para atribuir nota. A isso se resume o propósito interacional desencadeado com a produção do enunciado. Tal perspectiva deixa a desejar quando se leva em conta que o objetivo primeiro da escola é desenvolver a competência discursiva dos alunos e de que isso se efetiva através de práticas de escrita e reescrita mediadas pelo professor. Nesse sentido, à luz de concepções de Benveniste (2005) acerca da subjetividade na linguagem e de Bakhtin (2003) sobre enunciado/texto como unidade da comunicação discursiva, analisam-se as formas de correção textual elencadas por Ruiz (2010) enquanto estratégias de intervenção do professor no texto do aluno, com vistas a discutir o processo de escrita e reescrita numa abordagem enunciativa. A análise aponta que, dependendo das estratégias de intervenção utilizadas, diferentes graus de interação se estabelecem, sendo que, em alguns casos, ela é quase que apagada.
It is known that, in most cases, text production in the school environment is mostly formed by an artificialized discursive process, and somehow empty in terms of intersubjective interaction. The student writes to get a grade. The teacher corrects it to give a grade. This summarizes the interactional purpose triggered by the production of enunciation. Such perspective falls short considering the primary objective of the school: to develop the discursive competence of students effectively through writing and rewriting practices mediated by the teacher. Hence, in the light of concepts by Benveniste (2005) on the subjectivity in language, and by Bakhtin (2003) about enunciation/text as discursive communication units, the forms of text corrections listed by Ruiz (2010) as teacher intervention strategies in the student's text were analyzed in order to discuss the writing and rewriting process on an expository approach. The analysis shows that, depending on the intervention strategies used, different degrees of interaction are established, and, in some cases, almost erased.
Se sabe que, la mayorÃa de las veces, la producción textual en el ambiente escolar se constituye por un proceso discursivo artificial y, de cierto modo, vacÃo en términos de interacción intersubjetiva. El alumno escribe para obtener nota. El profesor corrige para atribuir nota. A esto se resume el objetivo de interacción desencadenado en la producción del enunciado. Tal perspectiva deja que desear cuando se toma en cuenta que el objetivo primero de la escuela es desarrollar la competencia discursiva de los alumnos y de que esto se efectiva a través de prácticas de escritura y reescritura mediadas por el profesor. En este sentido, a la luz de conceptos de Benveniste (2005) sobre la subjetividad en el lenguaje y de Bakhtin (2003) sobre enunciado/texto como unidad de comunicación discursiva, se analizan las formas de corrección textual enumeradas por Ruiz (2010) como estrategias de intervención del profesor en el texto del alumno, para discutir el proceso de escritura y reescritura en un abordaje enunciativo. El análisis muestra que, dependiendo de las estrategias de intervención utilizadas, se establecen diversos grados de interacción y, en algunos casos, es casi anulada.