Neste trabalho, lidamos com a questão do autor no livro Fazendo Ana Paz (2007), da escritora brasileira Lygia Bojunga, no qual buscamos destacar a relevância das mudanças de foco narrativo, a fim de perceber que tipo de relação se faz entre os traços autobiográficos da autora (presentes no livro) e a narrativa. A personagem principal da narrativa, Ana Paz, é narrada, pelo menos, através de dois focos narrativos: a partir da voz da narradora, que a descreve (ou a escreve) em terceira pessoa; e a partir dela mesma, que se narra em primeira pessoa, havendo, assim, alternância entre tais vozes. Desse modo, em Fazendo Ana Paz (2007), o autor, aquele que narra e constrói a história, figura-se como uma instância fragmentária; aspecto esse que se reflete em outras instâncias do livro como a do tempo e do enredo não linear. Além disso, nesse livro, nos deparamos com a problematização do fazer literário. Para pensarmos sobre as questões do autor, iremos às teorias de Roland Barthes (2004), Diana Irene Klinger (2006) e Juliana Santini (2013), além de lançarmos mão das teorias de Jacques Lacan (2005), Jacques Derrida (2014) e Silvina Rodrigues Lopes (2005).
In this work proposes work with the author‟s question in the book Fazendo Ana Paz (2007), which was written by Lygia Bojunga. In this study we want to highlight the relevance of changes the narrative focus in order to realize what kind of relationship is among the autobiographical characteristics of the author (in the book‟s construction) and in the narrative. The principal personage of the narrative, Ana Paz, is narrated at least through two narrative focuses: from the voice of the narrator, who describes (or write) in the third person; and from herself, which is narrated in the first person, having thus switching between this two voices. Thus, in Fazendo Ana Paz (2007), the author, who narrates and builds the story, figure out as a fragmentary instance; and in this way, the author is reflected in other instances of the book as the time and the non-linear plot. In addition, in this book, we are proposing analyzing the questioning of literary doing. All, however, it is presented in a fragmented way. To think about the author‟s questions, we use the theories of Roland Barthes (2004), Diana Irene Klinger (2006) and Juliana Santini (2013), besides the theories of Jacques Lacan (2005), Jacques Derrida (2014) and Silvina Rodrigues Lopes (2005).