Primeiramente, gostaria de comentar do tÃtulo desta comunicação. A produção de Jorge Amado Gabriela, cravo e canela tem sido muito analisada pelos crÃticos literários brasileiros e estrangeiros.Gabriela, cravo e canela será o texto que dará ao autor a possibilidade de ser conhecido no mundo,independente da máquina editorial do Partido Comunista.Por efeito, o romance recebeu muito mais atenção e vários estudiosos iniciaram leituras diversas,embora Jorge Amado no Brasil tivesse ficado marcado pela discussão veemente e apaixonada dos seus avaliadores e detratores. Mas a crÃtica estrangeira dos meios acadêmicos da França e dos Estados Unidos,que não tinham ainda procedido a um exame mais intensivo, passou a enviar para o Brasil novas leituras.Se, inicialmente, essa crÃtica lia Gabriela comum olhar do centro, pelas regras de seus paÃses e evidenciavam o exotismo que atravessava as páginas do romance, nas últimas duas décadas, livros como este passam a integrar uma rede maior de conexões e significados para se ler o Brasil a partir de um olhar hÃbrido.Portanto o romance Gabriela, cravo e canela pode,a depender dos operadores de interpretação, ter duas leituras: uma que o integra à tradição de uma literatura nacionalista, nos rastros de Alencar (uma leitura colonialista) ou pode ser lido como uma sociedade pós-colonial hÃbrida (proveniente da dissociação do Brasil-estado do Brasil-sociedade).