Fronteiras tradutoras: as ondulações da cobra coral de Montaigne a Caetano

Ghrebh-

Endereço:
R. João Ramalho, 182 - 4o andar
São Paulo / SP
Site: http://www.cisc.org.br/revista/ghrebh/index.php?journal=ghrebh&page=index
Telefone: (11) 3672-8906
ISSN: 1679-9100
Editor Chefe: Norval Baitelo Junior
Início Publicação: 30/09/2002
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Comunicação

Fronteiras tradutoras: as ondulações da cobra coral de Montaigne a Caetano

Ano: 2010 | Volume: 2 | Número: 16
Autores: Gabriela Reinaldo
Autor Correspondente: Gabriela Reinaldo | [email protected]

Palavras-chave: fronteira, tradução, antropofagia, semiótica da cultura, transcriação.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

No 31º capítulo de seu Les Essais, intitulado Des Cannibales, Montaigne narra como o poema canção da cobra coral dos índios brasileiros, que ele chamará pela designação genérica de couleuvre, chega até ele. Traduzido para o francês, o poema é reelaborado em dois momentos distintos por Goethe para o alemão, retorna ao Brasil na obra de Wally Salomão e, por fim, entra no universo da cultura pop quando vira a canção “Cobra coral” de Caetano Veloso. Para percorrer os caminhos da tradução e reelaboração desse poema – ou, como queriam os irmãos Campos, da “transcriação” –, esse artigo tem o propósito de discutir o conceito de fronteira de Iuri Lotman em combinação com as ideias de antropofagia de Oswald de Andrade e os desdobramentos das ideias de Oswald nas teorias de Vilém Flusser e de Haroldo de Campos sobre tradução do ponto de vista da cultura, da arte e dos signos.



Resumo Inglês:

In the thirty‐first chapter of his ‘Les Essais’ (The Essays) entitled “Des Cannibales” (From the Cannibals), Montaigne narrates how the coral snake song poem from the Brazilian Indians came to him. He generically calls it couleuvre. After being translated in French, the poem is re‐elaborated in two distinct moments by Goethe in German. It then returns to Brazil in the work of Wally Salomão and finally enters the universe of the pop culture when it becomes the song “Cobra Coral” by Caetano Veloso. In order to follow the paths of translation and re‐elaboration of this poem, or as the Campos brothers say ‘its trans‐creation,’ this article aims at discussing Oswald de Andrade’s anthropophagic ideas. It continues with the unfolding of Oswald’s ideas on the theories of Vilém Flusser and Haroldo de Campos concerning translation from the point of view of culture, art and sign.