Este artigo propõe uma discussão sobre a relação entre a função emotiva e o multilinguismo. Ao problematizar as duas principais abordagens teóricas dessa relação, a visão da lÃngua materna como o único verdadeiro veÃculo das emoções, por um lado, e, por outro, a visão da segunda lÃngua como uma possibilidade de uma recombinação criativa dos scripts emocionais, o artigo insiste no interculturalismo como uma perspectiva válida para a pesquisa das emoções na linguagem humana. Confrontando as reflexões teóricas de Anna Wierzbicka e de Aneta Pavlenko, ambas influenciadas pela emigração, com a situação cada vez mais desterritorializada da linguagem poética, o texto visa a enfatizar a ambivalência da articulação discursiva das emoções.